domingo, 1 de julho de 2007

Frias e a busca modesta da verdade, um pouco da história do Brasil


Jornalista Mario Sergio Conti escreve sobre a obra de Engel Paschoal. Biografia, reeditada agora, apresenta um retrato desmistificador ao combinar realismo e franqueza.



Entre os méritos de "A Trajetória de Octavio Frias de Oliveira", e eles são vários, o que se impõe logo de início é a combinação de objetividade e modéstia. Objetividade porque o livro pretende ser tão-somente, como diz seu autor, Engel Paschoal, um perfil - o retrato de um empresário que, já cinqüentão, comprou e reformulou a Folha de S.Paulo. E modéstia porque o perfilado nunca foi homem de fazer praça de seus feitos.


'A trajetória de Octavio Frias de Oliveira' traz a história do publisher da Folha de S. Paulo, um dos mais importantes personagens da imprensa brasileira da segunda metade do século 20 e do início do 21, desde o nascimento, em 1912, aos dias de hoje. Frias é visto desde a sua conturbada infância e, a partir daí, pelos fracassos e sucessos que marcaram a sua trajetória de vida. Em paralelo, o livro conta a história da Folha de S. Paulo e, como pano de fundo, traça um panorama do Brasil em todo esse período, além de dar uma idéia de acontecimentos mundiais com repercussão no país. Desfilam por suas páginas personalidades, artistas e políticos com os quais Frias conviveu, entre eles - Di Cavalcanti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Gilberto Freyre, Getúlio Vargas, Jânio Quadros, Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek, João Goulart, Oscar Niemeyer e Luiz Inácio Lula da Silva. A obra é enriquecida com depoimentos de amigos e admiradores, como Alberto Dines, Antonio Delfim Netto, Antonio Ermínio de Moraes, Boris Casoy, Clóvis Rossi, Elio Gaspari, Fernando Henrique Cardoso, Ives Gandra Martins, Janio de Freitas, Jorge Paulo Lemann, José Sarney, José Serra, Lázaro de Mello Brandão, Olavo Egydio Setubal e Ricardo Kotscho, entre outros. A maior preocupação do autor é mostrar como, aos cinqüenta anos de idade, Frias reinventou sua carreira ao ingressar, quase que por acaso, no setor da comunicação, quando adquire, em agosto de 1962, em sociedade com Carlos Caldeira Filho, o jornal Folha de S. Paulo.




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