domingo, 29 de abril de 2007

Quando li "Batismo de Sangue" . . .


tito.JPGtito1.JPGO filme "Batismo de Sangue", do cineasta mineiro Helvécio Ratton, é inspirado no livro homônimo escrito por Frei Betto (também mineiro), vencedor do Prêmio Jabuti de melhor livro de memórias em 1983.


O livro e o longa-metragem narram a participação dos freis dominicanos na luta contra a ditadura militar no Brasil nas décadas de 1960 e 1970. No filme, o ator Caio Blat vive o Frei cearense Tito de Alencar, torturado e morto no exílio em Paris aos 30 anos de idade, em 1974.


Sinopse do filme: Em São Paulo, no final dos anos 1960, o convento dos frades dominicanos torna-se uma trincheira de resistência à ditadura militar que governa o Brasil. Movidos por ideais cristãos, os freis Betto (Daniel de Oliveira), Oswaldo (Ângelo Antônio), Fernando (Léo Quintão), Ivo (Odilon Esteves) e Tito (Caio Blat) passam a apoiar o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Marighella.


Frei Betto segue para um convento no Sul do Brasil, onde ajuda perseguidos políticos a passarem pela fronteira. Vigiados pela polícia, Frei Fernando e Frei Ivo acabam presos e torturados. A polícia descobre como são feitos os contatos entre Marighella e os dominicanos, e prepara uma emboscada para matá-lo. O convento é invadido, Frei Tito é preso. Em Porto Alegre, Frei Betto também é preso e os dominicanos são transferidos para um presídio em São Paulo.


Frei Tito é interrogado e sofre terríveis torturas. Meses depois, um grupo guerrilheiro seqüestra o embaixador suíço no Brasil, exigindo a libertação de setenta presos - entre eles, Frei Tito. Contra sua vontade, Frei Tito é mandado para o exílio e vai viver na França. Mesmo longe do Brasil, Tito mentalmente não consegue ficar livre de seus carrascos. Por onde passa, acredita estar sendo vigiado e ameaçado. Com intuito de pôr fim ao seu martírio e se livrar de seus perseguidores, Frei Tito comete suicídio.



[nota] Li "Batismo de Sangue", a 1ª edição, tão logo foi lançado. Já havia lido vários livros de Frei Betto, e, estava absorto pelas "Cartas de Prisão". Ainda eu era religioso, fiz parte de uma congregação religiosa até 1982. O sacrifício dos frades franciscanos constituia-se em ideal, em algo a ser seguido como exemplo, tal qual o martírio do Mestre. Convivi com colegas que tinham amizade com os dominicanos, os nossos heróis. Assim como o diretor deste filme, quando li "Batismo de Sangue" também percebi que a história deveria ser contada no cinema (ação e suspense). A paixão e morte do Frei Tito foi o que mais me comoveu naquela leitura, uma mistura de medo (vivíamos aterrorizados), compaixão, coragem, crueldade e martírio. Algo transcendentemente religioso. Quero ver o filme.



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